O exame oftalmológico de rotina para medir a pressão é a melhor maneira de previnir o glaucoma
O acesso da população a novas técnicas e métodos de tratamento é fundamental para combater ao glaucoma. Os custos, porém, são normalmente muito altos e dificultam a adesão do paciente, uma vez que o medicamento – de cunho preventivo – precisa ser ministrado de forma contínua. No método convencional, por exemplo, o custo de um litro de colírio gira em torno de R$ 40 mil reais – o equivalente a um quilo de ouro. “Considerando que grande parte dos pacientes usa mais de um tipo de colírio por toda a vida, é fácil imaginar o quanto o custo impacta no orçamento mensal”, observa o médico oftalmologista Ricardo Guimarães, diretor do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães.
Caracterizado normalmente pelo aumento da pressão intra-ocular, o glaucoma é uma das doenças mais traiçoeiras da oftalmologia, pois faz com que a pessoa perca a visão lentamente, sem que perceba o problema. Segundo Guimarães, os benefícios do tratamento convencional não são aparentes, uma vez que os medicamentos não tratam os sintomas e são inconvenientes por causar efeitos colaterais locais e sistêmicos. Dessa forma, cerca de 28% a 58% dos pacientes não usam a medicação como prescrita. A não adesão dos tratamentos fica em torno de 30% a 40%, conforme estudo publicado em 2004 .
Diante do alto custo dos colírios e da dificuldade em se manter o uso de medicamentos de acordo com a prescrição médica, atualmente, o Tratamento Seletivo a Laser (SLT) desponta como uma técnica mais barata a longo prazo e que pode ajudar a reduzir os índices de cegueira provocados pelo aumento da pressão intra-ocular. A aplicação não leva mais de cinco minutos por olho e permite que muitos pacientes possam interromper ou diminuir a quantidade de colírio. “O paciente ganha mais conforto e uma melhor qualidade de vida, além da redução de despesas mensais com medicamentos”, observa o oftalmologista. Além disso, o procedimento diminui o custo do atendimento clínico, exames e controles, apresentando menos efeitos colaterais que a medicação.
Também chamado de Trabeculoplastia Seletiva, o procedimento realiza a limpeza do trabeculado – canal de escoamento do líquido interno do olho –, amenizando a pressão intra-ocular. Até então, cirurgias ou os procedimentos a laser eram adotados somente nos casos tardios, cujo tratamento clínico não surtia efeito. O SLT, entretanto, permite reduzir os riscos de perda da visão numa intervenção considerada rápida e segura.
O SLT já é autorizado pela maioria dos planos de saúde do Brasil e tem a aprovação do FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos, após três anos de avaliações em milhares de pacientes. Em Minas Gerais, o Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães já utiliza o SLT na fase inicial da doença e pode repetir o procedimento em algumas situações. O tratamento é inofensivo e pode ser feito em praticamente todos os casos de hipertensão ocular e glaucoma de ângulo aberto.
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