Hospital Pequeno Príncipe apresenta número de crianças atendidas por maus-tratos
Ontem(18) foi o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e não podemos deixar de abordar esse assunto aqui no nosso blog. É preciso ter cuidado com as nossas crianças e ficar sempre alerta em caso de violência. Não se cale diante de uma situação de violência seja em na sua casa, seja na casa do seu vizinho. É importante denunciar para que os agressores sejam punidos com rigor.
Recebemos essa sugestão de pauta de Curitiba e resolvemos postar na integra,pois contém dados alarmantes sobre crianças que foram atendidas no Hospital Pequeno Príncipe durante o ano de 2008.Para se ter uma idéia só em 2008, o hospital atendeu 354 crianças vítimas de maus-tratos, 62% dos casos acontecem em casa e 36% dos agressores são os pais.
O Hospital Pequeno Príncipe, um dos maiores exclusivamente pediátricos do País e referência em Curitiba no atendimento a crianças vítimas de maus-tratos (violência física, sexual, psicológica e negligência), apresenta o número de crianças atendidas vítimas de maus-tratos. Em 2008, chegaram até o hospital 354 casos de crianças e adolescentes que foram vítimas de algum tipo de violência. Um aumento de 16% em relação a 2007. A maioria das vítimas têm até 7 anos de idade (66% dos casos) e é do sexo feminino. Do total de crianças e adolescentes atendidos, 66% eram meninas e a violência sexual ainda lidera o ranking, com 230 ocorrências.
Um alerta para os responsáveis é quanto ao local da agressão: em 62% dos casos a violência aconteceu na casa da própria vítima. Foram 199 ocorrências envolvendo familiares como pais, irmãos, primos, tios e avós. Entre os familiares, o pai é o maior agressor, responsável por 36% das queixas registradas.
Entre os agressores que não fazem parte do núcleo familiar, os vizinhos continuam a ocupar o primeiro lugar, com 32%, e em segundo lugar, com mais de 20%, a violência é cometida por amigos e/ou colegas de escola.
Em relação ao perfil do abusador, a média de idade subiu de 19 para 26 anos, e a maioria (86%) é do sexo masculino.
Pra Toda Vida
A violência doméstica contra crianças e adolescentes ocorre em todos os lugares do mundo, independentemente do nível cultural e social, desde as mais remotas eras, deixa marcas que vão acompanhar a vítima por toda sua vida.
Há uma cultura de que os filhos são posse dos pais, que teriam sobre eles direito pleno de decisão. Como reflexo disso, os castigos físicos foram por muito tempo aceitos como procedimentos adequados à educação familiar e até social. Essa prática só se tornou condenável, na maioria dos países, na metade do século XX.
A Suécia foi o primeiro país a oficializar a proibição do castigo físico e isso só ocorreu em 1979. No Brasil, a violência contra crianças e adolescentes passou a ter uma visão diferenciada no aspecto legal somente em 1990, com a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Para alertar a comunidade sobre a importância de identificar e denunciar os casos de violência contra crianças e adolescentes, o Pequeno Príncipe lançou em 2006 a campanha Pra Toda Vida – A Violência Não Pode Marcar o Futuro das Crianças.
O principal instrumento da campanha é um manual em três versões – para ortopedistas, demais profissionais de saúde e profissionais de educação – que orienta sobre como reconhecer os casos de violência e conduzir adequadamente para que a criança vitimizada seja inserida no sistema de garantia de direitos. Desde o lançamento da campanha, já foram distribuídos 60 mil manuais.
Parceria com a Ecovia
Neste ano, a Ecovia está apoiando a campanha Pra Toda Vida e, a partir do dia 18 de maio, várias ações de comunicação vão atingir a comunidade de Curitiba, através de anúncios em veículos de comunicação, distribuição de folders na praça de pedágio e out-doors ao longo da BR-277.