Num mundo sem pé nem cabeça, de improváveis encontros e personagens desconexos, as aparências enganam. Inúmeras peças de um quebra-cabeça visual são governadas pela estranha lógica de nossa imaginação, sem começo nem fim. Esta é a definição de “L’Oratorio d’Aurélia”, inspirado na magia do “hall music” e do circo, unindo sonho e mistério teatral. A turnê, estrelada por Aurélia Thierrée, já se apresentou em Londrina, São Paulo, Santos, com platéia lotada e ainda passará por São José do Rio Preto, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Maceió e Fortaleza, até agosto.
Recife será a quinta cidade a assistir aos espetáculos, que vem de Brasília, para apresentações no Teatro da UFPE, nos dias 28 e 29 de junho. “L’Oratorio d’Aurélia” foi concebido em 2004 por Victoria Thierrée Chaplin e Aurélia Thierrée, filha e neta de Charlie Chaplin, respectivamente. Com este trabalho, elas mostram que não precisam recorrer ao sobrenome famoso, herdado do pai de Victoria, para conquistar o reconhecimento. Sobre isso, Aurélia afirma: “É realmente mágico ser neta de Charlie Chaplin, mas é também abstrato. Eu tinha quatro anos quando ele morreu. Não tenho muitas lembranças. É por respeito que meu irmão e eu não falamos dele: nossos espetáculos são muito diferentes do que ele fazia. Eu me sentiria mal se usasse seu nome para atrair as pessoas. Ser neta de Carlitos é um belo presente da vida. Eu me contento com isso”.
A peça já foi aplaudida em vários países como um espetáculo sofisticado e sublime, que cria imagens de ilusão e resgata elementos mágicos de teatro e circo. No palco, uma jovem contracena com seres humanos e outros nem tanto, criando uma seqüência de acontecimentos que surpreende a expectativa do público. O cenário e a música contribuem com essa atmosfera envolvente. A extraordinária combinação de efeitos visuais, eufórica imaginação, refinadas marionetes, dança e magia circenses resultou num delicioso e espetáculo.
Poético e delicado, “O Oratório de Aurélia” apresenta o mundo ao contrário, com objetos e personagens de vida própria. O rato come o gato, as flores na jarra estão de cabeça para baixo, a protagonista veste-se diretamente no gaveteiro, com mãos, braços, pernas e pés “desmontáveis”. Forma-se um universo surreal em que a cena se revolta, e as cortinas de veludo vermelho mexem-se imprevisivelmente. Trata-se de uma apresentação irônica e divertida, que faz sonhar espectadores de todas as idades. A platéia retorna ao mundo perdido da fantasia, onde não há limites para a imaginação.
Família dos Encantadores - Victoria Chaplin, responsável pela direção e design do espetáculo, criou com o marido, o ator e diretor Jean-Baptiste Thierrée, uma relação mais pessoal com o mundo do circo. A partir do trabalho dos dois nasceu o movimento chamado “novo circo”. O “Cirque Imaginaire” (Circo Imaginário) resultou dessa proposta: os dois sozinhos em cena, acompanhados de seus dois filhos, Aurélia e James. Eles viajaram o mundo com o “Cirque Imaginaire” e com o “Cirque Invisible” (Circo Invisível). Os Thiérrée-Chaplin são conhecidos na França como “la famille des enchanteurs” (“a família dos encantadores”, ou mágicos, feiticeiros).
Nos espetáculos dos pais, Aurélia Thierrée deu os primeiros passos, familiarizando-se com os palcos desde a infância. Durante aqueles anos, ela aprendeu a combinar disciplina e sensibilidade ao mundo mágico da fantasia. Trabalhou com inúmeros produtores, entre eles Milos Forman, Coline Sereau e Jacques Barratier. Durante muitos anos ficou em turnê com o grupo londrino The Tiger Lillies. Ela trabalhou também para o Music Hall e o “Cabaret”, em Berlin.
Serviço:
L´Oratório D’Aurélia
Recife – Dias 28 de junho (20h) e 29 de junho, às 18h
Teatro da UFPE / Cidade Universitária -
Recife - PE
Ingressos: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia) e R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia) para piso superior, na bilheteria do teatro.
Classificação etária: Livre
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