terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Oftalmologistas alertam sobre o perigo da automedicação


Oftalmologistas alertam sobre o perigo do uso de colírios sem orientação médica
Umas gotinhas de colírio à noite... Uma pomadinha para aliviar o ardor... “Mesmo sabendo que é perigoso comprar remédios com base na indicação de amigos, vizinhos, muitas pessoas ainda recorrem à automedicação regularmente”, diz o oftalmologista Virgilio Centurion, diretor-clínico do IMO, Instituto de Moléstias Oculares. “O perigo desta prática para a visão é grande. Muitas vezes, estes remédios não prescritos pelo oftalmologista causam novas doenças, mascaram os sintomas da real moléstia ou, ainda, não têm efeito nenhum, fazendo com que o incômodo e o mal estar do paciente persistam”, explica o oftalmologista.

Segundo Centurion, sem a devida indicação médica, a única coisa que se pode passar nos olhos é água limpa. “Os colírios, por exemplo, que são largamente utilizados pela população, têm princípios ativos variados, como corticóides e antibióticos que podem mascarar ou agravar algumas doenças oculares. Se a pessoa tiver outros problemas prévios, como glaucoma, o colírio pode agravá-los”, alerta o médico, que também é presidente da ALACCSA, Associação Latino-Americana de Cirurgiões de Córnea, Catarata e Cirurgias Refrativas.

O aspecto inofensivo dos colírios e a facilidade de administração deste produto somados ao fácil acesso às drogas oftalmológicas nas farmácias são fatores de risco para a população. “Há de se combater a automedicação por meio de campanhas que alertem quanto aos perigos para os olhos e, conseqüentemente, para a visão do uso indiscriminado destas substâncias”, diz o diretor-clínico do IMO.

O uso de colírios com antibióticos de forma crônica e irregular pode facilitar o aparecimento de mutações de bactérias que se formam resistentes ao medicamento, o que forma o tratamento mais difícil. “O hábito de utilizar colírio ‘comum’ que deixa ‘olho branquinho’ pode significar o uso de uma droga vaso construtora que pode ter efeito colateral para a pressão arterial, além dos perigos de viciar o paciente e torná-lo dependente do colírio”, alerta Centurion.

Cremes e pomadas também devem ser prescritos pelo oftalmologista. “Muitas pessoas, no afã de aliviar uma coceira ou um ardor nos olhos aplicam pomadas anti-alérgicas destinadas à pele nos olhos. Atitude equivocada e perigosa que pode mascarar doenças e provocar uma alergia ocular”, afirma Virgilio Centurion.


Olhos vermelhos

Aparentemente uma doença comum e de fácil tratamento, pois é prevalente no verão, a conjuntivite deve ser tratada de maneira individualizada. “O remédio que a sua tia usou para tratar a conjuntivite dela certamente não servirá para toda a família. Nos casos de conjuntivite causada por agentes patógenos de alta-virulência, se a infecção não for tratada com o antibiótico correto, ela pode se transformar numa úlcera de córnea ou até mesmo numa perfuração do globo ocular com cegueira irreversível”, explica a oftalmologista Sandra Alice Falvo, que também integra o corpo-clínico do IMO.

Patologias da córnea como ceratites, corpos estranhos, e úlceras também são causas freqüentes dos olhos vermelhos que podem levar a lesões graves se não forem tratadas adequadamente. “Portanto, não adianta adiar a ida ao oftalmologista. Para ter certeza sobre o medicamento a ser utilizado, é preciso conhecer primeiro a causa da doença. O glaucoma agudo, por exemplo, requer tratamento de emergência para que danos permanentes do nervo óptico sejam evitados. A automedicação, neste caso, é muito perigosa”, diz a médica.Sandra Alice Falvo não faz concessões nem aos remédios naturais e receitas caseiras. “Todos os medicamentos, sem exceção, têm efeitos colaterais e podem provocar riscos à saúde. O mais seguro é procurar o oftalmologista para tratar do seu incômodo ocular, dos seus olhos vermelhos. Os amigos e os vizinhos devem ser consultados sobre outras questões”, conclui.


SERVIÇO:
IMO – Instituto de Moléstias Oculares

Endereço: Avenida Ibirapuera, 624.

São Paulo-SP

Horário de atendimento: 08:00 às 18:30, de segunda a sexta-feira

08:00 às 12:00, aos sábados

Telefone: (11) 5573 6424


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