Em meio à recente enxurrada de documentários musicais brasileiros, “Continuação” marca sua originalidade desde os primeiros minutos. Alternam-se de forma livre cenas de Lenine em estúdio, no palco, em camarins, na estrada, em casa – imagens nas quais se revelam apenas de sentidos, que são desvelados ao longo do filme, delicada e profundamente, construindo um mosaico maior que a música, o artista, o disco.
Porque “Continuação” não é sobre Lenine. Ou não só. Em seu longa-metragem de estreia, Rodrigo Pinto acompanha a feitura de um disco – no caso “Labiata”, lançado em 2009 – para falar de processos. A passagem do tempo (sejam minutos, sejam anos) e seus efeitos. “Amor, a morte, a continuação”, como Lenine canta no último verso de “Labiata”, de onde o diretor pinçou o nome de seu filme.
Captado ao longo de nove meses entre Rio, Araras, Recife e Wiltshire (Inglaterra), “Continuação” flagra a espontaneidade e o planejamento que envolve o trabalho de estúdio, reuniões para a escolha do conceito da capa, ensaios pra shows... Fornece, assim, um panorama – informativo, mas sem didatismo – das questões relacionadas à gravação de um álbum hoje, 2009, século 21. Um momento no qual a cultura analógica faz esquina com a digital - e é a partir dessa esquina que Lenine e Pinto falam.
- Acabou (na música) aquele negócio de um falar para milhões – diz Lenine a certa altura do filme. – Agora são milhares falando para milhares.
Ao avaliar seu filme, o diretor aproveita o mote:
- Esse movimento de milhares falando para milhares, claramente presente na música, está se afirmando fortemente agora no cinema. Este filme é um exemplo. Todo o material foi captado por apenas uma câmera, o orçamento não chegou a R$ 100 mil.
Em meio à labuta de “Labiata”, o filme traça supostas digressões, duas delas especialmente marcantes. Uma é a de Lenine lembrando o impacto em sua infância de dois discos de vinil, um de Dorival Caymmi (“Canções praieiras”), outro de Ary Lobo (“Último pau de arara”). A segunda é uma ida do compositor à casa de seus pais. O “supostas” usado acima se deve ao fato de ambas terem relação direta com os temas abordados no filme. A primeira dialoga com a afirmação do bom e velho conceito de álbum que (por um viés contemporâneo, sem saudosismo) Lenine busca em sua carreira e mais especificamente, em “Labiata” – lançado, não por acaso, nos formatos CD e vinil. Já a visita aos pais ecoa na cena de Lenine gravando com seus três filhos - novamente não por acaso, a música é exatamente “Continuação”.
- Queria fazer um filme mais Cinema Verdade, usando câmera direta, fugindo do formato de entrevistas – explica Rodrigo. – Ou seja, em vez de um documentário sobre o passado, algo consolidado, escolhi uma abordagem não retrospectiva. “Continuação” tem, sim, algo de biográfico. Mas em boa parte do tempo, o assunto tratado ali é o futuro.
Horários de exibição do filme:
24 de Outubro (sábado) UNIBANCO ARTEPLEX 2 - 19:40
25 de Outubro ( domingo) CINE BOMBRIL 2 - 14:00
26 de Outubro ( segunda) UNIBANCO ARTEPLEX 3 - 13:00
Endereços:
Unibanco Arteplex –
R. Frei Caneca, 569
São Paulo – SP
(0xx)11 3472-2365
Cine Bombril Conjunto Nacional
Av. Paulista, 2073,
Cerqueira César
São Paulo
Porque “Continuação” não é sobre Lenine. Ou não só. Em seu longa-metragem de estreia, Rodrigo Pinto acompanha a feitura de um disco – no caso “Labiata”, lançado em 2009 – para falar de processos. A passagem do tempo (sejam minutos, sejam anos) e seus efeitos. “Amor, a morte, a continuação”, como Lenine canta no último verso de “Labiata”, de onde o diretor pinçou o nome de seu filme.
Captado ao longo de nove meses entre Rio, Araras, Recife e Wiltshire (Inglaterra), “Continuação” flagra a espontaneidade e o planejamento que envolve o trabalho de estúdio, reuniões para a escolha do conceito da capa, ensaios pra shows... Fornece, assim, um panorama – informativo, mas sem didatismo – das questões relacionadas à gravação de um álbum hoje, 2009, século 21. Um momento no qual a cultura analógica faz esquina com a digital - e é a partir dessa esquina que Lenine e Pinto falam.
- Acabou (na música) aquele negócio de um falar para milhões – diz Lenine a certa altura do filme. – Agora são milhares falando para milhares.
Ao avaliar seu filme, o diretor aproveita o mote:
- Esse movimento de milhares falando para milhares, claramente presente na música, está se afirmando fortemente agora no cinema. Este filme é um exemplo. Todo o material foi captado por apenas uma câmera, o orçamento não chegou a R$ 100 mil.
Em meio à labuta de “Labiata”, o filme traça supostas digressões, duas delas especialmente marcantes. Uma é a de Lenine lembrando o impacto em sua infância de dois discos de vinil, um de Dorival Caymmi (“Canções praieiras”), outro de Ary Lobo (“Último pau de arara”). A segunda é uma ida do compositor à casa de seus pais. O “supostas” usado acima se deve ao fato de ambas terem relação direta com os temas abordados no filme. A primeira dialoga com a afirmação do bom e velho conceito de álbum que (por um viés contemporâneo, sem saudosismo) Lenine busca em sua carreira e mais especificamente, em “Labiata” – lançado, não por acaso, nos formatos CD e vinil. Já a visita aos pais ecoa na cena de Lenine gravando com seus três filhos - novamente não por acaso, a música é exatamente “Continuação”.
- Queria fazer um filme mais Cinema Verdade, usando câmera direta, fugindo do formato de entrevistas – explica Rodrigo. – Ou seja, em vez de um documentário sobre o passado, algo consolidado, escolhi uma abordagem não retrospectiva. “Continuação” tem, sim, algo de biográfico. Mas em boa parte do tempo, o assunto tratado ali é o futuro.
Horários de exibição do filme:
24 de Outubro (sábado) UNIBANCO ARTEPLEX 2 - 19:40
25 de Outubro ( domingo) CINE BOMBRIL 2 - 14:00
26 de Outubro ( segunda) UNIBANCO ARTEPLEX 3 - 13:00
Endereços:
Unibanco Arteplex –
R. Frei Caneca, 569
São Paulo – SP
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Cine Bombril Conjunto Nacional
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